Resonance: velho novo
25/06/12 13:10Mesmo que os adventures estejam vivendo uma espécie de renascimento, poucos são os jogos que rivalizam com os grandes clássicos do gênero. Há um excesso de reverência, talvez. O humor costuma ser duvidoso. E os quebra-cabeças raramente atingem aquele ponto perfeito entre dificuldade e lógica.
Fiquei surpreso em ver como “Resonance”, da Wadjet Eye Games, a despeito do clima noventista, soube driblar essas armadilhas. O visual retrô nunca o impede de ser um jogo verdadeiramente novo, cheio de ideias boas e apuro.
“Resonance” é um thriller de ficção-científica, em que você controla quatro personagens envolvidos direta e indiretamente no mistério que carrega a trama. Sei que a comparação é óbvia, mas a mecânica lembra um pouco “Maniac Mansion”, embora o tom do jogo seja outro.
Para além de coordenar as ações desses personagens e resolver quebra-cabeças cada vez mais cabeludos (embora nunca injustos), “Resonance” traz um interessante sistema de lembranças. Todos os elementos importantes da trama passam a fazer parte da sua barra de memórias de longo prazo. Além disso, é possível arrastar dezenas de objetos e personagens para a memória de curto prazo, que dura uma cena do jogo. Desse modo, é possível falar com os coadjuvantes sobre qualquer assunto, apontar peculiaridades no cenário, pedir ideias etc.
Assim como os quebra-cabeças, essa mecânica é implantada de forma bastante lógica. Se quiser entrar no prédio abandonado, é só falar com outro personagem sobre uma janela quebrada. Imediatamente, ele te ajudar a subir. E por aí vai.
Mas fiquei tentando entender porque “Resonance” me pareceu tão melhor que outros adventures atuais. Certamente há jogos com boas tramas por aí, ou quebra-cabeças decentes. Acho que o ponto próximo entre “Resonance” e os clássicos acaba sendo a ênfase nos personagens. Embora realmente seja um thriller, você passa boa parte do tempo lidando com as questões pessoais dos protagonistas, tentando flertar, tirar vantagem de uma situação e diversas coisas outras que não vou estragar. Nisso, lembra muito os jogos da Lucas Arts, que focavam justamente nos personagens, ainda que sem prejuízo à trama. Talvez seja esse equilíbrio fino entre narrativa, protagonistas e mecânica que coloque “Resonance” num patamar acima de outros independentes.
O jogo está à venda no GOG e no site da Wadjet Eyes, onde você também pode baixar uma demo. Por um problema técnico, a versão do Steam ainda não saiu, mas quem comprar pelos outros canais ganha um código para adicionar o jogo à biblioteca quando ele sair. Eu mencionei que é baratinho? E bom demais?
Abaixo, um trailer.
Baixei Resonance depois de ter lido uma critica muito favoravel no adventuregamers.com mas depois de jogar alguns dos cenarios iniciais acabei desinstalando do meu computador permanentemente.
Achei a graphica, entre outras coisas, muito pior do que o jogo anterior deles, Gemini Rue, e a mecanica de jogo tambem deixou a desejar a meu ver.
A barra de memorias de curto prazo por exemplo e’ nada mais que um inventario em jogos tradicionais e praticamente desnecessaria ja que qualquer objeto de uma cena pode ser arrastado com o mouse pra qualquer outro personagem na maioria das vezes. E a de longo prazo e’ equivalente a um log book tao popular com rpg’s e mesmo outros jogos de aventura.
A trama propriamente dita tambem demora demais pra desenrolar.
Um dos cenarios faz o jogador “hackear” um computador duma firma que se transforma numa prolongada e tediosa leitura de varios emails so’ para a obtencao de um simples password. Se fazer esse tipo de coisa e’ tedioso na vida real por que me obrigar a fazer em um mundo virtual tambem? Gosto de quebra cabecas que me facam raciocinar, nao ficar lendo telas e mais telas de texto que parecem ter como unico objetivo prolongar o jogo e nada mais.
Resonance pode ate’ ser um jogo bom e divertido, infelizmente o comeco foi tal que nao tive paciencia suficiente pra poder constatar isso.
Graças ao Gog, estou podendo jogar adventures do passado que eu nunca tive oportunidade. Mesmo os jogos sairem mais barato no Steam, ainda prefiro o Gog, já que o site da Steam é meio confuso, bagunçado.
Sim, a busca do Steam é um lixo incompreensível. Mas ainda acho bom ter os jogos todos organizados ali, com instalador universal etc.
Fora que o Steam, junto pelo menos os jogos da Valve, estão sendo portados pro Linux…