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Jogatina

por André Conti

Perfil O jornalista André Conti é editor de quadrinhos da Companhia das Letras e colunista da Folha

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Testando "Diablo III"

Por André Conti
04/03/12 23:08

Lembro de ter jogado bastante “Diablo II” na época do lançamento, há mais de dez anos. Foi uma das primeiras experiências online divertidas, e o single-player era imediatamente viciante. Desisti depois de algum tempo, mas o culto a “Diablo II” persiste forte, com servidores cheios e um grande mercado de itens do jogo sendo vendidos a dinheiro de verdade.

"Diablo III"

Não é de se espantar que a sequência esteja demorando tanto. Os jogos da Blizzard são feitos para durar: basta ver o “Starcraft” original e, obviamente, “World of Warcraft”. Eles demoram a sair porque são infinitamente testados e ajustados, até que a base esteja sólida o suficiente para que possam se preocupar com o produto final. Mesmo no caso de “Diablo”, onde a ação é aparentemente simples (clique e mate, em suma), essa profundidade do sistema de jogo — o equilíbrio entre as classes, o dano adequado de cada arma e magia, as combinações entre personagens etc —  é que é responsável pela longevidade e pela grande massa de fãs.

Confesso que sempre fico de fora do entusiasmo com os lançamentos da Blizzard. Não gosto muito de MMORPGs (embora esteja testando o “The Old Republic”), o que já me exclui de “World of Warcraft”. E, por mais que tente, simplesmente não me entendo com estratégia em tempo real — a palavra congestão vem à mente —, então nem me arrisquei em”Starcraft 2″. Fiquei curioso com os trailers de “Diablo III”, mas prefiro RPGs para um jogador só, como “Skyrim”, e o foco no mulitplayer me desanima um pouco. Todavia, como disse, me diverti horrores com “Diablo II”, e estava animado com a perspectiva de jogar a versão de testes da sequência.

“Diablo III” perde pouco tempo com apresentações. Depois de escolher uma entre cinco classes (mago, bárbaro, monge etc), o jogador cai direto num vilarejo sendo ocupado por mortos-vivos. Daí em diante, parece que não se passaram dois meses entre esse e o último lançamento: conversa com um, fala com outro e logo as hordas começam a brotar do chão. Mesmo sem ter encostado em “Diablo” nesses anos todos, fiquei imediatamente à vontade com os controles. Em menos de uma hora, já estava com os bolsos cheios de tesouros e perdido num calabouço. Três horas depois, eu me prometia jogar “só mais um pouquinho, até subir de nível”. E de novo, e de novo.

Esqueletos. Milhares deles.

Claro que há diferenças entre “Diablo III” e o antecessor. O sistema de progressão foi refeito e ficou mais flexível. O jogador pode manter umas poucas habilidades ativadas ao mesmo tempo, mas alternar entre elas é simples e rápido, o que facilita na hora de adaptar o personagem a uma determinada situação. E cada habilidade pode ser melhorada e modificada conforme você avança, variando ainda mais as ações.

Um item no inventário agora converte tesouros inúteis em ouro, para que você não seja obrigado a voltar aos vendedores a cada meia-hora. Outro item quebra os tesouros em componentes, que o jogador pode usar para criar novas armas, capacetes etc.  A Blizzard parece ter tido sucesso numa coisa que, se soa simples, é brutal e demolidora quando dá errado: desobrigar o jogador das partes chatas de um jogo.

Sempre ouvi que os gráficos não são o forte da série, mas achei “Diablo III” bonito e apropriadamente soturno. Os calabouços e labirintos são gigantescos, e se você é como eu e gosta de percorrer cada cantinho, prepare-se. Grande parte do cenário e dos objetos é destrutível, o que adiciona ao clima. Depois de uma pendenga particularmente sangrenta, é legal ver a poeira baixando e notar que o cenário virou outro. O design dos personagens, pelo menos nas áreas que joguei, é mórbido e inspirado. Acendi um cigarro para cada encontro com os Grotesques, uns zumbis gordos e sebosos que lembram o vilão do filme “Duna”.

Grotesco.

Por enquanto, joguei apenas no modo single player. Até tentei sair em bando, mas não encontrei ninguém e acabei voltando para a campanha solo. Pelo que lembro de “Diablo II”, esse parece um pouco mais focado nos elementos de RPG, ainda que seja basicamente um jogo de ação. Há missões paralelas e muita gente para se conversar, mas o grosso é percorrer os labirintos e masmorras atrás de tesouros.

Na versão final, será implementada uma área de venda de itens, onde os jogadores poderão gastar (e ganhar) dinheiro de verdade dentro do próprio jogo. Segundo a Blizzard, as transações ocorreriam de qualquer forma, então a ideia foi criar um sistema que permita algum controle. Mais polêmica é a trava digital de “Diablo III”, que não aceitará partidas offline, mesmo no modo para um jogador. A alegação é que seria uma forma de proteger o multiplayer dos trapaceadores, mas, como recurso antipirataria, esse DRM é um retrocesso imenso.

Outra decisão estranha foi proibir as modificações dos usuários. Uma das razões pelas quais “Diablo II” sobrevive é porque ele foi (e continua sendo) modificado e ampliado pelos jogadores. Parece que, num jogo tão voltado à cultura de PCs, é justo desperdiçar uma das grandes vantagens de se jogar no PC. A Bethesda integrou “Skyrim” ao Steamworks, um sistema dentro do próprio navegador do Steam onde você escolhe as modificações que quer aplicar ao jogo, com direito a ranking e outras ferramentas. Ao mesmo tempo, ofereceu gratuitamente aos jogadores o aplicativo de criação que eles próprios usam no jogo. Em poucos dias havia milhares de mods disponíveis. Sei de gente que tinha “Skyrim” para console e foi atrás da versão de PC por conta disso.

Mas o jogo em si parece um grande acerto. Falando como um não-fanático pela série, ele equilibra nostalgia e inovação em doses suficientes para atrair novos jogadores, cativar os mais antigos e trazer de volta quem já perdeu alguma madrugada jogando “só mais uma horinha”.

“Diablo III” segue sem data oficial de lançamento e nem preço definido. Por enquanto, foram anunciadas versões para Windows e OSX.

Aqui, um vídeo que resume bem as novidades:


 

 

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Comentários

  1. Jorge Oliveira comentou em 12/03/12 at 2:30 pm

    Belo texto, exceto pela parte em que você acende um cigarro cada vez que vê um gordo hahaha

  2. Raimundo Dominici comentou em 09/03/12 at 4:53 pm

    Bom saber que mais gente além de mim não gosta multiplayer online rs. Bom texto sobre o jogo, eu joguei desde o primeiro, certamente vou comprar e jogar esse também mas não tenho mais ansiedade nem expectativas com relação a seu lançamento.

  3. Gledson comentou em 09/03/12 at 2:31 pm

    Cara tbm nao curto muito jogar online nao, gosto meter porrada sozinho msm, e viciado q sou no DII, tenho ctz q perderei meus domingos (unico dia folgado pra jogar, e q aliás já os perco com o DII).

  4. Matheus Omega Mendes comentou em 09/03/12 at 1:53 pm

    Achei uma análise bem superficial, e como outros colegas já disseram, foi feita em cima de uma versão muito antiga do beta. Muitas das funcionalidades citadas não estarão presentes no jogo final, o que pode causar confusão em algumas pessoas. Mas é um ótimo texto e em um lugar de destaque. Tenho acompanhado a trajetória do jogo a muito tempo e vejo que a midia “gamer” brasileira tem dado pouco destaque para o que vem acontecendo.

    O beta teve ao todo 14 atualizações até o momento, entre funcionalidades pequenas e grandes, muitas delas modificadas graças ao feedback da comunidade para a Blizzard.

    Espero que o jogo seja um sucesso e que possa ver mais textos como este, e que também o mercado brasileiro acolha a blizzard para que tenhamos obras primas como diablo, starcraft, wow sendo regionalizados e com servidores brasileiros.

    Grande abraço.

  5. Joao Vinicius comentou em 09/03/12 at 12:59 pm

    Quando vai lançar?

    • Matheus Omega Mendes comentou em 09/03/12 at 1:53 pm

      Não existe data definida ainda.

      • Johann Doeler comentou em 18/03/12 at 9:11 pm

        15 de maio !!!

        http://www.pcgamer.com/2012/03/15/diablo-3-release-date-set-for-may-15/

  6. Vitor comentou em 09/03/12 at 12:28 pm

    Ótimo texto, é bom ver a critica de pessoas que sabem ser imparciais, normalmente as pessoas gostam de um jogo e ficam comparando os outros jogos com ele.
    Cada jogo tera os seus fãs, por pior que seja, e devemos respeitar a opinião alheia, eu por exemplo não gosto dos jogos de futebol do PS3 mas nem por isso falo que são ruins, pois sei que tem muitos que gostam, e o Diablo 3 não tem nem o que falar… só por ser da Blizzard ja da pra saber que não é pouca coisa! Quando a empresa é boa vale a pena comprar o jogo nem que seja pra arriscar!

  7. Felipe comentou em 09/03/12 at 11:57 am

    Alguem tem alguma noticia sobre quando o pessoal da Blizzard vão lançar o jogo?

  8. Camila comentou em 09/03/12 at 11:20 am

    ok… eu QUERO o D3 agora!

    jogo desde o primeiro… perdi o segundo e tive que comprar pelo site da blizzard..

    em relação a grafico, pra quem joga desde o primeiro, o ultimo foi um salto enorme!!

    e vlw por me avisar que vou gastar muito tempo nos labirintos! haahahha tem que ter ctz que não está perdendo nada ali…

    e um item para transformar itens inuteis em ouro seria MTO bem vindo… perco mto tempo indo e voltando….

    de qualquer maneira, tenho q ficar no aguardo né? parabéns pelo post

  9. Guilherme Dias comentou em 09/03/12 at 10:44 am

    Bom Dia uol, ótimo post.. mas por favor, arrumem o título.. “Nostagia” não dá para aguentar né… Obrigado.

  10. Sérgio comentou em 09/03/12 at 10:43 am

    Já existe uma data oficial para o lançamento? Eu era fanático pelo Diablo II e não vejo a hora de jogar o III

    • André Conti comentou em 09/03/12 at 10:44 am

      Ainda não anunciaram, mas deve ser no primeiro semestre.

      • Thiago comentou em 16/03/12 at 6:09 pm

        “Diablo 3” será lançado em 15 de maio por US$ 59,99, anunciou a Blizzard. A pré-venda do game começa nesta quinta-feira (15).

        😀

  11. Edson comentou em 09/03/12 at 10:02 am

    É, vou falar que eu não estava muito afim do D3 uma vez que no “começo” havia muitos rumores. Agora que está um pouco mais concreto, começou a aparecer tanto coisa sobre o BETA quanto Maps para Warcraft3 com o estilo que vai ser o D3.
    Mas muitas mudanças que eu ouvi, li, eu gostei, porem, apesar de ser uma forma de proteger o próprio jogo, esse esquema de só poder jogar online, eu acho uma baboseira!!!!
    Quantos jogos online que temos hoje, não só os MMORPG’s da vida, e existe inumeros hacks/cheats?
    Uma forma que eu acredite que não seja fácil, mas é segura e confiavel contra esses tipos de jogadores, seria que nem a inovação do LOL ( League of Legends), lançar uma atualização por semana….

    Mas valeu, gostei muito da materia, e espero que quando lançar eu tenha alguem la fora para comprar para mim, apesar que talvez não seja diferente o preço, não sei se será lançamento mundial né !!!!

  12. Rico_Br comentou em 09/03/12 at 9:51 am

    Ótimo texto. Com certeza bem esclarecedor para iniciantes e amantes desse jogo.

    Gostaria de ver alguim artigo seu falando sobre o Atlantica Online da Ignited Games. Fica a dica, caso ainda não tenha conhecido.
    abraço

  13. Markmark comentou em 09/03/12 at 9:33 am

    Gostei mto do preview André Conti! Já me deu vontade de embarcar em mais umas madrugadas de jogatina… E mais: cara vc é mto educado, deu pra perceber acima! Abraço!

  14. Elromd comentou em 05/03/12 at 3:47 pm

    Realmente existia o item Cauldron of Jordan que transformava o item em gold. Não me lembrava dele.

    • Tone watson comentou em 15/03/12 at 8:51 pm

      ótário

    • Rafael comentou em 16/03/12 at 9:03 pm

      0t@ri0!!!

    • Rafael comentou em 17/03/12 at 6:26 pm

      Parabéns!

    • Rafael comentou em 17/03/12 at 6:26 pm

      OTÁRIO!!! HAH HAH HAH!

  15. Elromd comentou em 05/03/12 at 2:44 pm

    Amigo provavelmente vc jogou o beta antigo a mais de 2 meses
    Sou participante do beta e algumas das coisas que vc falou ja nao existem a alguns meses. Quando falar de um beta por favor poste a versão ou pelo menos avise a seus leitores que não se trata do jogo final.

    • André Conti comentou em 05/03/12 at 2:47 pm

      Opa, avisei que era beta. De fato, depois de dois dias ele fez uma atualização grande e certas funções sumiram (outras voltaram depois). Mas não fiquei me atendo às questões técnicas justo por ser uma versão de testes. Abraço.

      • Elromd comentou em 05/03/12 at 2:56 pm

        Entendo. meros detalhes tecnicos que nao tem impacto nenhum sobre o jogo.
        A nao ser que mudou toda a arvore de talentos, nao existe mais esse item para quebrar os equipamentos em materiais. Nunca existiu um item para transformar itens em gold(vc realmente chegou a jogar o diablo 3?). E em termos gráficos a Nvidia lançou a umas 3 semanas o novo driver que da suporte ao ambient occlusion o que deixou o jogo muito mais bonito. Mas sao meros detalhes tecnicos sem impacto no jogo, nao é?

        • André Conti comentou em 05/03/12 at 3:04 pm

          Na primeira passada pelo beta, ganhei um item que ficava no canto inferior do inventário, e que fundia os itens em ouro. E depois de um tempo apareceu a opção de mexer com blacksmithing, mas não investi. Depois joguei com o bárbaro e não veio, mas fiquei testando outras coisas. E de fato, o jogo é muito bonito, como eu disse. Sobre os detalhes técnicos, quis dizer que o jogo ainda vai mudar bastante até o fim, algumas coisas vão voltar e outras vão sair, como eles mesmos declararam. Usei a versão que foi fornecida pela Blizzard. E certamente continuarei jogando e comentando aqui. Foram, como eu disse, as primeiras impressões. Abraço

          • Elromd comentou em 05/03/12 at 3:23 pm

            Antigamente tinha um companion que vc podia vender seus itens. Mesmo sendo so detalhes nao deixa de ser interessante para os gamers. Recomendo jogar com o Demon Hunter que tem umas das mecânicas mais interessantes. O multiplayer é bem legal e aumenta um pouco o nivel de dificuldade.

          • André Conti comentou em 05/03/12 at 3:26 pm

            Poisé, você é a segunda pessoa que me recomenda e diz que é bem diferente. Testarei.

        • Heverton comentou em 09/03/12 at 2:03 pm

          Olha………… tiro o chapéu pro blogueiro. Não conhecia, mas eu teria perdido a linha com a sua arrogância, prepotência, péssima educação já de cara. Parabéns a ele, MESMO! É incrível como tem gente babaca e doente que perde tempo publicando tolices/trollices e é ainda mais incrível ver esse povo ter uma resposta elegante e educada, apesar de.

  16. Celso Nunes comentou em 05/03/12 at 11:03 am

    Muito bom o texto no Tec de hoje, André. Três fichas no chefe era um número dos bão nas melhores fases do Final Fight. Agora, da narrativa, acho que o grande salto é este LA Noire. Que combinação de trama e ‘tiroteio’, velho. Vc bem que podia falar sobre isso qq dia destes. Abrs.

    • André Conti comentou em 05/03/12 at 11:08 am

      Opa, escreverei sobre ele sim. Achei menos adventure do que esperava, mas fui até o fim com muito gosto.

  17. Danilo Zanaga comentou em 05/03/12 at 8:13 am

    Parabéns pelo Blog e pelo ultimo artigo da Tec, me identifiquei muito com ele. Já torrei mesada jogando MGS e Ghost’n’Goblins. []’s

    • carlão comentou em 09/03/12 at 12:20 pm

      fala doooiiido….
      e ai velho beleza.
      nossa cara voce nao mudou mesmo, continua viciado em jogos e tudo mais heim..rsrsrs
      manda noticias cara,
      um abraço irmão.

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